martes, 23 de febrero de 2010

Wando ( Brasil )


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O cantor e compositor Wanderley Alves dos Reis, o Wando, nasceu no dia 2 de outubro de 1945 em Cajuri, Minas Gerais. Menino ainda, foi morar em Juiz de Fora e depois Volta Redonda, no Rio de Janeiro. Foi em Volta Redonda que o artista começou a cantar e tocar violão enquanto ganhava a vida como motorista de caminhão e feirante. E arrumava tempo para compor suas músicas e batalhar pelas suas gravações.

Com a idéia de algum artista gravar suas canções procurou o cantor Jair Rodrigues que acabou gravando, em seu disco de 1973, o LP Com a corda toda, a música "Se Deus quiser", em parceria com Wando. No mesmo ano, Wando conseguiu gravar um compacto simples com a canção "Maria, Maria". Passaporte para a gravação do primeiro disco, o Glória Deus no Céu e Samba na Terra.
Foi o começo de uma carreira que o levou às paradas de sucesso de todo o Brasil, pois, em 1974, a cantora Angela Maria também gravava uma composição de sua autoria: "Vá, Mas Não Volte". Esse mesmo ano de 1974 trouxe consigo a consagração definitiva do cantor escancaradamente romântico com o lançamento do LP Moça, que a reboque da faixa- título vendeu mais de um milhão de discos transformando Wando em grande vendedor de discos.

Além da expressiva vendagem dos seus discos, Wando também conquistou seu público em shows por todo o Brasil principalmente com o show "Obsceno", faixa-título de outra grande vendagem, lotando as casas noturnas Asa Branca, no Rio de Janeiro e Olympia, de São Paulo, em 1989. A década de 90 não está sendo diferente pois o cantor continua com expressivas vendagens a bordo do seu romantismo recheado de motéis e calcinhas.

Peça íntima transformada em apelo erótico em seus espetáculos (o cantor costuma distribuir a peça em seus shows, além de sortear noites em motéis) e em seu mais recente disco: o CD Chacundum, lançado em outubro de 1997, que ostenta um vistoso varal só de calcinhas em sua capa. Na época do lançamento do disco, Wando deu várias entrevistas revelando os segredos do seu sucesso com as mulheres, público cativo dos seus shows e discos.

Para o jornal do Brasil, em entrevista ao repórter Fernando Lemos, o cantor disse que a primeira calcinha que ele viu na vida foi a da professora de português e era amarela. O cantor tinha uns dez anos de idade e nunca esqueceu. O cantor justifica, afirmando que eu apareço na capa de todos os meus discos. Desta vez foi diferente. Estou representado pelo beija-flor que belisca a calcinha amarela pendurada no varal.

O SEDUTOR

Wando é considerado (a partir dele próprio) um especialista em mulheres, cantadas, etc ... cultivado até mesmo em termos de mídia. Mas admite ter seus truques para suas conquistas apesar de "a gente está sempre procurando o verdadeiro amor. A mulher que vem de mão beijada eu não quero. Me apaixono sempre pela que não me dá mole. O cantor diz que transformou seu apartamento em um mini-motel com direito a sauna, piscina, hidromassagem, cama redonda e espelhos no teto para poder namorar melhor. "Além de mais seguro, é mais sedutor namorar em casa. O namoro do portão era o grande negócio da humanidade."
Na mesma entrevista o cantor revelava outros segredos de alcova e de conquistas: "Na verdade, quem fez a minha coleção de calcinhas, nem fui eu, foram as mulheres que faziam questão de jogar suas calcinhas no palco durante meus shows ... Os homens acabam percebendo que sou um aliado deles e não um inimigo. Acabam aprendendo com as dicas que dou. Mulher adora ser chamada de gostosa. Sempre. Já para chamar de safada você tem que saber o momento certo. Aí é tiro e queda." Outra dica de Wando é tentar fisgar a mulher pela barriga. Tanto que no programa da apresentadora Ana Maria Braga, ele deu uma receita de salada que fez o maior sucesso (mistura frutas, manga principalmente, com kani). Mas o artista tem suas queixas, principalmente contra a mídia que, segundo ele, o ignora. "A imprensa parece que só gosta de quem se dá mal. No dia em que eu estiver fazendo shows para três gatos pingados numa espelunca qualquer, talvez me descubram. Vão acabar me transformando em "cult".
No lançamento do CD Chacundum a peça promocional da maior importância foi uma boneca inflável que provocou furor nas redações e nos sorteios de rádios. Wando afirmava que fez isso para que os homens valorizassem a mulher que tem em casa. Sobre o inusitado título do disco, o cantor explicava que "Chacundum é aquele ritmo meio baba, típico da Jovem Guarda, guitarrinha, coisa e tal. Mas não é só isso. É também o som que a mulher faz quando balança a bunda."

Ainda sobre o seu assunto favorito, Wando também dá receitas como a da "cantada"; "Não existe um padrão para se conquistar uma mulher. Tem aquela que não pode ser cantada. Você fica na sua. Seja o diferente, o especial. Mas deve dizer ou olhar demonstrando que sentiu o cheiro de hormônio dela. Tem cara que manda carros, flores. Sugiro comprar uma calcinha de seda e mandar de presente. E manda junto um disco do Wando. Mulher é puro mistério. Mas sempre mostre que, para você, ela é gostosa."

OS SHOWS DE WANDO
os  shows do cantor-compositor reproduzem direitinho o clima dos motéis, até mesmo nas bizarras decorações, moldura perfeita para o tipo "latin lover" perseguido pelo artista. Que tem seu público cativo até mesmo em São Paulo, inclusive na mídia. Como fica comprovado através do artigo do escritor Marcelo Rubens Paiva para o jornal Folha de São Paulo.
O articulista escreveu (outubro de 1997) que "há um ano, fui cobrir para a Folha o show "Wando, o Ponto G da História", no Palladium. Liguei a três amigas diferentes. Torceram o nariz e não quiseram ir. Fui só. Vi um Wando, no palco, que não andava, caminhava. Não bebia água, sorvia-se do líquido. Não enxugava o suor do rosto, mas passava uma toalha branca na face e depois a jogava para a platéia. Um acrobata da paquera, a coreografia do machão marau. E era um show interativo.
Dividia - continua o jornalista - a platéia em "as viúvas que não transam há mais de um ano", "as meninas que nunca deram pra ninguém", "os caras que nunca deram umazinha na vida", "os homens fiéis" e "os que vão dar umazinha depois do show". Quando saiu a matéria recebi ligação de 30 outras amigas, reclamando por não as ter convidado."

Marcelo Rubens Paiva continua seu artigo escrevendo que "tenho uma irmã que fazia doutorado em Paris, França. Coisa fina. Na volta ao Brasil, mostrei as novidades da indústria fonográfica. Ela é culta pra danar. E o que ela gostou e ouviu sem parar? Wando. Foi uma revelação. Esse mineiro de Cajuri é mais que a trilha daquela que, de shortinho molhado, passa o rodo na cozinha. Sua dengosa sem-vergonhice tem um público grande e plural.
Seus boleros, salsas, roquinhos sapecas e sambinhas marotos seduzem os ouvidos femininos, levantam o moral de moças carentes e ensinam os homens alguns truques úteis e antipapistas. Agora - continua o artigo
- bonecas infláveis serão os novos adereços dos próximos shows. Foi o que ele garantiu numa entrevista pelo telefone: "Os caras reclamam que nunca apresentei minhas amigas. Então, serão sorteadas bonecas infláveis, que é horrível, mas tem gente que adora. No mais, é sempre bom fazer um ciuminho à mulher, mesmo com uma inflável", filosofa.
Segundo ele, tem aumentado o número de homens que frequentam seus shows. "As mulheres, agora, levam homens aos meus shows, como se quisessem dizer: "Você deveria ser assim comigo, igual ao Wando". O cantor afirma que é bom homens e mulheres só pensarem naquilo. Na praça, quando você não encontra mais um amigo, sabe que ele encontrou aquilo que procurava."


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